Fatos pouco conhecidos sobre a princesa Anne estão finalmente expondo um outro lado da realeza

A princesa Anne Elizabeth Alice Louise nasceu em 15 de agosto de 1950 e sua chegada foi celebrada com uma honrosa cerimônia. Visto que ela era a segunda criança de Philip e Elizabeth, uma salva de 21 tiros foi realizada. Com o tempo, Anne mostrou ser mais do que digna de toda essa honra.

Quando ela nasceu, sua mãe nem havia sido coroada rainha Elizabeth II; era ainda uma princesa. De qualquer forma, aos poucos, Anne adaptou-se ao fato de seus pais não estarem por perto. Ela entendia e respeitava as responsabilidades de ambos em todo o país.

Nisso, a princesa Anne permaneceu próxima de sua mãe, a monarca do Reino Unido, a qual, de acordo com algumas fontes próximas da família real, era tão amorosa e carinhosa quanto qualquer mãe poderia ser. Inclusive, o amor mútuo das duas pela equitação as uniu até mesmo na adolescência de Anne. Tanto que esse período normalmente tão difícil foi aliviado por sua paixão em comum...

No aniversário de 13 anos de Anne, a rainha Elizabeth II deu a sua filha um presente especial: um cavalo puro-sangue o qual era chamado de Doublet. Assim como Elizabeth e Anne, Anne e Doublet formaram uma ligação única. Bem, aquele era o sonho de cada jovem equestre. Como estavam sempre em sincronia, Anne e Doublet começaram a fazer grandes movimentos na área da equitação.

Anne entrou animadamente em competições com Doublet. Em 1971, a princesa de 21 anos fez história ao ganhar uma medalha de ouro no European Eventing Championships, tornando-se a primeira integrante da realeza britânica a ganhar um título europeu. Dois anos depois, ela entrou em outra competição - mas não com Doublet.

Após entrar em outro campeonato europeu com outro cavalo, ficou claro para Anne que ela trabalhava melhor com seu cavalo de longa data, o Doublet. Portanto, a nobre passou a treinar com seu amado cavalo novamente. Foi em 1974, porém, que algo péssimo ocorreu quando a princesa e Doublet estavam treinando no Castelo de Windsor. Aquele era o pesadelo de todo equestre.

Anne e Doublet estavam treinando para sua próxima competição juntos quando a princesa ouviu um terrível som: o estalo de um osso quebrando. Infelizmente, o cavalo fraturou a perna e não havia como curá-lo. Como amava aquela criatura, Anne não conseguia nem imaginar Doublet vivendo com um ferimento tão horrível. Naquele momento, ela soube que precisava dizer adeus ao seu querido amigo.

Anne não teve escolha a não ser sacrificar Doublet. Afinal, a medicina veterinária nos anos 70 não era o que é hoje. A perda foi difícil para a princesa lidar, contudo, ela estava determinada a prosseguir de onde parou com um cavalo diferente. Do jeito que é comum na família real, Anne levantou-se, sacudiu a poeira e continuou a deixar sua marca no mundo da equitação.

Dois anos depois, aos 26, a princesa foi em busca de um prêmio ainda maior em seu esporte: uma medalha olímpica de 1976. Esse foi outro feito que nenhum outro membro da realeza britânica jamais havia tentado. A verdade é que competir nas Olimpíadas como integrante da família real ao invés de assistir das arquibancadas foi um movimento ousado, mas Anne foi em frente.

Os Jogos Olímpicos de Verão de 1976 foram realizados em Montreal, Canadá. Quase 50 competidores de todo o mundo participariam dos eventos equestres. Então, aquela seria uma agitada competição para a princesa, e não só por causa de sua posição na realeza. Para começar, seu cavalo naquele dia era o de sua mãe, o Goodwill.

Tudo foi bem até o meio da competição. De repente, ela foi jogada de Goodwill e acabou sofrendo uma concussão. Anne, entretanto, estava determinada a finalizar a prova. Desse modo, ela montou em seu cavalo novamente e fez exatamente isso - não que ela se lembre, afinal, tinha batido a cabeça naquela queda.

Embora a equipe britânica não tenha conseguido um lugar nos Jogos Olímpicos de 1976, Anne seguia apaixonada pela equitação. No final da década de 1980, ela foi até nomeada presidente da Federação Equestre Internacional, a qual é uma instituição internacional que dirige as associações de esportes equestres. Na época, ela tinha 36 anos e estava seguindo os passos de seu pai.

Houve um período em que o príncipe Philip também foi presidente da Federação Equestre Internacional. Ainda que ele supostamente tivesse uma relação um pouco difícil com seus filhos (rumores corriam por aí de que o nobre possuía um mordaz e rude senso de humor), Anne destacava-se como sua filha "favorita". Sagaz e dura na queda, ela era mais parecida com seu pai do que seus irmãos. No entanto, não que a princesa não se desse bem com eles!

Ao longo dos anos, ela e seu irmão mais velho, o novo rei Charles III, sempre foram muito próximos. Anne, a propósito, compartilhava seu amor por andar a cavalo com o então Príncipe de Gales, tanto que o ajudou a superar seu medo de cavalgar. Outra coisa é que ela fez questão de ver todas as peças de Charles quando ele estava na escola. Os dois apoiavam-se bastante, apesar de serem, como a imprensa os chamava, "o herdeiro e a reserva" - sendo a "reserva" uma grosseira referência a Anne.

Quando mais nova, Anne era meio moleca e não tinha interesse nenhum no brilho e glamour da realeza. Pois é, ela definitivamente não era o tipo de princesa que você encontraria em um filme da Disney! Anne evitou todos os babados e as tiaras que chamavam a atenção da maioria das meninas de sua idade, todavia, não conseguiu evitar os garotos por muito tempo.

Antes de fazer história na equitação, a princesa pretendia fazer história em sua própria vida amorosa. Aos 18 anos, ela apaixonou-se por Mark Phillips, um colega que também amava cavalos. Porém, Anne viveu alguns dramáticos momentos antes de conquistar o coração daquele rapaz.

Após dois anos, a princesa teve seu primeiro namorado. Contudo, tratava-se de Andrew Parker Bowles - esse sobrenome soa familiar? -, o qual fazia parte de uma família que possuía estreitas conexões com a de Anne. Andrew, na época, tinha acabado de terminar com ninguém menos que Camilla Shand, filha do Vice Lord Lieutenant de East Sussex. Entretanto, depois de serem pressionados por suas famílias, eles logo reataram.

O irmão mais velho de Anne, Charles, também se envolveu nisso, namorando a filha do Vice Lord Lieutenant até ela e Andrew Bowles voltarem. O mais surpreendente é que não parecia haver ressentimentos entre aqueles quatro jovens da nobreza - pelo menos, não a ponto de ser algo óbvio para o público.

Andrew Parker Bowles e Camilla Shand casaram-se após alguns anos e deixaram suas famílias felizes. Todavia, depois de terem dois filhos juntos, o casal divorciou-se e Camilla partiu para um casamento com Charles em 2005. Mesmo que o relacionamento deles tenha durado pouco, Anne seguiu como amiga íntima de Andrew.

Após isso, como Anne ainda gostava do belo Mark Phillips, eles namoraram e acabaram se casando em 1973. O casamento dos dois foi até mesmo declarado como um feriado especial para o público! No entanto, aquele dia de conto de fadas não durou para sempre, porque inesperadamente o casal viveu um verdadeiro pesadelo.

O caos aconteceu em uma noite em 1974 quando um Ford branco bateu na lateral do carro de Anne e Mark. Porém, não foi por acaso. O motorista, Ian Ball, apontou uma arma para o veículo da família real e exigiu que o casal fosse com ele. Com um revólver virado em sua direção, o que mais Anne poderia fazer senão obedecer, não é?

Bem, o problema é que Anne não era do tipo que obedecia. Embora o criminoso planejasse sequestrar aquela integrante da realeza em troca de um resgate de 3 milhões de libras, a princesa não estava disposta a facilitar as coisas para ele. Assim, quando Ball ordenou que Anne fosse com ele, ela respondeu: "Claro que não". Enquanto a princesa fugia, o homem disparou uma saraivada de tiros.

Antes da polícia prender Ball, três homens que estavam próximos foram baleados. Anne chegou a visitar no hospital cada um dos seus defensores a fim de agradecer pela coragem deles. Aquele foi um terrível incidente, contudo, a princesa encontrava-se ansiosa pelo próximo capítulo de sua vida.

Anne e seu marido tornaram-se uma família nada convencional. Mark não assumiu nenhum título de cortesia e eles decidiram não passar nenhum título para seus filhos, Peter e Zara. Infelizmente, a relação não durou para sempre. Ainda que estivessem casados há quase 20 anos, chegou uma hora que eles não conseguiram mais esconder seus problemas.

Depois que se mostraram distantes um do outro e rumores e escândalos começaram a se espalhar, Anne e Mark divorciaram-se em 1992. Esse, entretanto, não foi o fim da vida amorosa da princesa nem a última vez que ela viveu um drama dentro da família real.

Timothy Laurence, assistente sênior da rainha Elizabeth II, casou-se com Anne logo após ela se divorciar de Mark Phillips. Bem, esse casamento não chegou nem perto de um conto de fadas como o de 20 anos atrás, especialmente devido às acusações de traição. Anne e Timothy, todavia, seguem felizes e casados até hoje. De toda forma, a história da princesa não para por aí.

Dois anos depois do seu divórcio, Anne pediu a sua entrada na Order of the Garter. Moleca como é, ela exigiu que fosse intitulada de Cavaleira ao invés de Dama. Por causa de sua franca atitude, a princesa recebeu outro título da mídia.

Conhecida por sua pragmática e rude atitude - praticamente herdada de seu pai -, a mídia a apelidou de "Sua Indelicadeza Real". Mesmo que Anne fosse um pouco reservada com o público, desviando de apertos de mão ou de posar para fotos, diversos cidadãos da Grã-Bretanha ainda a amavam e a admiravam por sua franqueza. Ela exibia-se determinada a ser a única coisa que muitos membros da realeza não eram - autênticos.

Aliás, não era apenas sua honesta autenticidade que o público amava. Com suas impressionantes façanhas como atleta jovem adulta, o país orgulhava-se pela princesa não usar o esporte como somente um espetáculo. Foi incrível, inclusive, o quanto ela fez bem ao mundo fora dos esportes equestres.

Desde os 18 anos, Anne vem ajudando as pessoas que precisam. Tudo teve início quando ela abriu um centro de educação e treinamento em Shropshire, Inglaterra. A partir daí, a princesa envolveu-se em instituições de caridade e organizações sem fins lucrativos, muitas das quais a levaram ao redor do mundo.

Anne, a qual leva também o título mais apropriado de "A Princesa Real", trabalha com mais de 300 instituições de caridade, organizações e regimentos militares no Reino Unido e no exterior. Dentro do Exército Britânico, a propósito, ela possui outro título oficial - e a princesa fez história ao recebê-lo.

Em seus últimos anos lá, Anne tornou-se a primeira capitã-general dos Royal Marines. A princesa nunca parou de tentar superar a si mesma - e talvez até mesmo a sua mãe - quando se trata de cumprir seus deveres reais. Tanto que ela tem sido uma importante líder na direção de seu país, até quando diz respeito a assuntos internacionais.

Além de estar envolvida em tantas organizações diferentes, Anne faz parte do Comitê Olímpico Internacional e já contribuiu na candidatura do país para os Jogos Olímpicos de Verão de 2012. Lá, ela assistiu quando um grande prêmio foi dado a alguém muito especial.

Nas Olimpíadas de Londres em 2012, a Grã-Bretanha teve uma forte equipe de equestres - a qual contava com ninguém menos que a filha de Anne, Zara Anne Elizabeth Philips! Assim como sua mãe, Zara treinou sua vida toda para aquele momento. Aliás, a garota possuía gerações de talentosos equestres torcendo por ela de longe.

Zara deixou não só sua mãe orgulhosa, como também o seu país inteiro ao ajudar sua equipe a ganhar uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Verão de 2012. Anne encontrava-se no maior orgulho de sua filha, no entanto, ela ainda não está pronta para deixar a geração mais jovem assumir o controle.

A princesa tem a agenda mais movimentada da família real e prefere dessa maneira. Como a sua dedicação fez do mundo um lugar melhor, ela acabou se tornando um símbolo de inspiração para as mulheres de todo canto do planeta. Nisso, Anne até foi comparada com uma inusitada figura da realeza.

Apesar de Anne ter herdado a paixão pela equitação de sua mãe e a afiada sagacidade de seu pai, muita gente afirma que ela é parecida mesmo com sua tia. Desde a infância, a princesa Margaret, irmã da rainha Elizabeth II e tia de Anne, não ficava alheia. Se houvesse uma música a ser cantada ou uma dança a ser dançada, ela estaria lá pronta para entreter seus convidados. De qualquer maneira, a princesa não era alguém para a vida tradicional da família real.

Quando mais nova, Margaret mal conseguia fingir que gostava da vida como integrante da realeza. O historiador A. L. Rowse chegou até a descrevê-la como "entediada, infeliz, pronta para estourar com tudo: um Duque de Windsor entre as mulheres da família real".

Conforme alguns relatos, Margaret nem sempre foi gentil com seus convidados. Nancy Mitford recordou-se que, certa vez, alguns visitantes esperaram até tarde da noite enquanto a princesa se preparava para um jantar e acabou que ela surgiu parecendo "uma enorme bola de pelo".

A maioria das jovens (e das mulheres mais velhas) detestaria ser chamada de "senhora", mas não Margaret. Na verdade, se formos acreditar nos relatos de certos informantes, ela insistiu nisso. Pois é, de acordo com eles, a princesa só seria amigável se você a chamasse de "senhora" ou "sua alteza".